dimanche, janvier 29, 2012

não acorde, meu amor
há mais perigos
na mais tranquila vida
do que
no mais turbulento pesadelo

mardi, janvier 24, 2012

conjecturas #14

meu bem
dois cafés
pernas esticadas
cócegas e risos frouxos
afagos e sorrisos e sorrisos
teu esmalte azul
aquela velha piada
uma canção voz-violão
carinhos da brisa
que vem da janela
cortinas de pássaros azuis
um dia qualquer
relógio sem ponteiros
alheios mudos
calmaria de imensidão
quem rir primeiro 1,2,3
unânime paz
eu, você
entregues

lundi, janvier 23, 2012

cadência #2

às vezes
temo pela sanidade de minhas escolhas
tendo a enfatizar o tom da dúvida
nas palavras
enalteço a pedra bruta intocada
forças que misturam pensamentos
a conseqüente liberdade quente
e torço pela santa e dúbia inexatidão
de todos as vias

às vezes
duas mãos estranhas puxam-me para o chão
avisam da idade, da matura sensatez
subo para sonhar e questionar
me permito asas, mesmo que fracas
me permito sonhos, mesmo que tortos
me permito voos, mesmo que curtos
livre e cadenciando
francas verdades com mentiras sinceras

grito “deixe-me ser vário!”
repetidas vezes
mesmo que não seja ouvido
pois as vezes é melhor
ter uma dúzia de questionamentos
um punhado de caminhos diversos
espalhados pelo chão
do que duas verdades lustradas
brilhando como troféus na estante

samedi, janvier 21, 2012

nossos olhares
trata-se de pequenas e ligeiras flutuações do solo
intermitências de silêncio e plenitude
nesse trator-mundo

lundi, janvier 16, 2012

menina
sua canção áspera
reverbera
em loopings
em mim, no céu
broken hearts strobelights
´n neon goodbyes
e eu te deixo
um breve aviso
colado na geladeira
belos e sujos restos de ontem a noite
um lânguido e estranho odor
pelo quarto em pó
na ponta dos pés
um agridoce até mais ver
mon amour

dimanche, janvier 15, 2012

início

espere
esfrego os olhos
que me amanhecem
e durante o desjejum com o sol
uma interrogação é solta
por tua boca infantil
espécie extinta de certezas
cambaleantes
finito espaço tangente encontro
bem, tudo bem e  o mal?
um equívoco dança aqui
baila um mal entendido acolá
eu bem que te disse
que eu me desperto em ti mesmo
e o porto não oferece garantias, dá luz
a perguntas
toque em mim
mas não se aborreça não
só guardo sempre
uma porção de incerto
pra depois do jantar